28 março 2018

Divindade

Divindade. Designa tudo o que é sobrenatural ou superior ao homem, podendo ser pessoal ou impessoal. É uma noção mais que a de Deus. A sua universalidade se manifesta na oposição entre o sagrado e o profano.

Filosoficamente, divindade designa, em abstrato, a natureza ou essência de Deus, o ser de Deus enquanto Deus. Sendo sinônimo de Deus, é um ser supremo idolatrado pelos humanos que exerce algum poder sobre eles. No sentido amplo, aplica-se ao politeísmo primitivo e ao nominalismo cristão. Em sentido estrito, significa aquele atributo que, segundo o nosso modo de conhecer, exprime mais profundamente a essência de Deus: não se deduz de nenhum outro e todos se fundamentam nele.

O Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo admitem o Deus único. No judaísmo, o Deus único é revelado ao povo judeu. É um Deus não acessível e, ao mesmo tempo, próximo ao seu povo e tem influência na história para que os judeus alcancem sua libertação. No cristianismo, a divindade está posta na trindade do Deus único: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. No islamismo, o Deus único deve ser adorado e obedecido pelos seus seguidores.

Como identificar Deus com a divindade? Para identificar ou distinguir a divindade, valemo-nos dos conceitos de monoteísmo e politeísmo. No politeísmo há uma hierarquia de deuses, de modo que não há uma identidade entre Deus e Divindade. No monoteísmo, a divindade é possuída só por Deus. Nesse caso, Deus e divindade coincidem.

Na simbologia, temos as divindades fluviais, as divindades lunares e as divindades maternas. O rio, por exemplo, é divino em si mesmo; por isso, o culto aos rios no mundo todo. As fases da lua são uma medida do tempo; nesse caso, o deus lunar tornou-se deus da divisão do tempo. Quanto à divindade materna, temos os nomes como "grande deusa", "mãe dos deuses" e a "mãe terra", esta criadora e protetora dos seres humanos e da vegetação.

Fonte: Dicionários e Enciclopédia




07 março 2018

Reforma Protestante: Algumas Notas

“A pedra atirada ao lago pode ter caído na Alemanha de Lutero, mas as ondulações foram sentidas muito mais longe”. 

Reforma Protestante foi um protesto de Lutero contra a ortodoxia católica. Assenta-se na libertação espiritual, em que os indivíduos puderam voltar às fontes puras do cristianismo, depois de séculos de dominação teológica, onde a religião “dizia o que se deve pensar”. Denominado de “besta das selvas”, a bula papal de 1520, que condenou Lutero, comparou-o a um javali selvagem destruindo as vinhas do Senhor

Os movimentos contra a Igreja se proliferaram ao longo do tempo. Na Inglaterra, o teólogo John Wyclif (?-1384) substituiu a autoridade do papa pela das escrituras. Na Boêmia, Jan Hus inspirou uma revolta contra a autoridade estrangeira e a jurisdição romana. Os hussitas, adeptos de Hus, defendiam que os laicos deviam comungar o vinho, além do pão, na missa. Há, também, o “calvinismo”, que poderia se chamar de protestantismo “reformado”, ou “Segunda Reforma”

No capítulo XX “Renascença do Mundo”, de A Caminho da Luz, pela psicografia de Chico Xavier, o Espírito Emmanuel esclarece que o plano invisível determinou a vinda de numerosos missionários com a incumbência de regenerar os polos relaxados da religião. Assim, no século XVI, aparecem as figuras veneráveis de Lutero, Calvino, Erasmo, Melanchton e outros vultos notáveis da Reforma, na Europa Central e nos Países Baixos.

O problema originário da Reforma Protestante eram as indulgências, certificados perdoando uma parte do castigo a ser cumprido no purgatório, em troca de alguma boa ação ou de uma soma de dinheiro para uma boa causa. Lutero tinha dúvidas sobre o “mérito” desse mecanismo; achava que bastaria apenas a fé para a salvação. Na defesa de sua tese, Lutero se tornara uma celebridade e um herói nacional alemão. No começo dos anos 1520, Lutero também se tornou um absoluto campeão de vendas.

Ao lado de Lutero, temos Jean Calvin (João Calvino), exilado religioso francês, na Genebra de 1536. Enquanto Lutero era impetuoso e incoerente, Calvino era lógico e metódico. A teologia de Lutero era uma espingarda de caça; a de Calvino, um rifle atirador de elite. O pensamento de Calvino estava reunido num único volume, Institutas da religião cristã (1536). O título completo do livro anunciava aos leitores que ele continha "quase toda a súmula da piedade e de tudo o que é necessário conhecer na doutrina da salvação". Era um tremendo esforço — unindo lógica, gramática e retórica — de esquematizar tudo o que se podia saber sobre um Deus essencialmente misterioso e transcendente.

A correção do pensamento é obra de longo tempo. Observe quantos esforços não foram despendidos por esses missionários do Evangelho, alguns perdendo a própria vida, como é o caso de Jan Hus.

Fonte de Consulta

MARSHALL, Peter. Reforma Protestante: Uma Breve Introdução. Tradução Denise Bottmann. Porto Alegre, RS: L&PM, 2017. (Coleção L&PM POCKET) (Obra de 2009)