30 novembro 2017

Religião e Fundamentalismo Militante

Fundamentalismo é a concepção epistemológica de que todo conhecimento fatual está ancorado em uma base muito firme ou fundamento. Em termos religiosos, os primeiros a utilizá-lo foram os protestantes americanos que, no início do século XX, designaram a si mesmos como “fundamentalistas”, para distinguir-se de protestantes mais “liberais”, que, a seu ver, distorciam inteiramente a fé cristã. Defendiam uma volta aos "fundamentos", literalmente entendidos, da Bíblia. fundamentalismo militante é um desvio do fundamentalismo propriamente dito, pois evoca a luta com a espada para que a sua fé prevaleça sobre a do adversário.

As religiões são criações humanas com um fundo divino. Elas encorajam as pessoas a crerem em algo além da matéria. Muitas delas têm um fundador ou revelador: o judaísmo em Moisés, o cristianismo, em Cristo, o islamismo, em Maomé. Há algo comum em todas elas: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".

A ciência que combate a religião acaba se tornando uma (pseudo) religião. Por quê? O combate cria as suas próprias regras, pois alguns cientistas igualam-se a Deus e creem donos do saber, e às vezes, de um único saber. Há que se tomar  muito cuidado com o indivíduo de pensamento fixo, de uma única ideia. Exemplo: marxismo, psicanálise e Darwin.

marxismo como fundamentalismo tem seu culto de um único livro (O Capital), uma única verdade (a do marxismo-leninismo) e um único inimigo (o capitalismo). Freud, o pai da psicanálise, trata da religião em três dos seus principais livros. Em Totem e Tabu, por exemplo, sustentou a tese de que toda a religião não passa de uma forma coletiva de neurose – ou de culpa pelo homicídio da "figura paterna". O fundamentalismo evolucionista de Darwin foi a causa da perda de fé de muitos jovens. 

Indivíduos — religiosos, políticos e cientistas — que são adeptos de uma única ideia são chamados de "homens de um livro só". O fundamentalismo militante está inserido nesse contexto. É uma crença superficial que luta contra outra crença, também superficial. A substância de cada religião fica em segundo plano. Há um menosprezo pela herança cultural, científica e mística deixada pela civilização ao longo dos séculos.

Não sejamos apressados em aceitar as críticas ao fundamentalismo militante associando-as ao islamismo propriamente dito. O fundamentalismo é a parte insignificante de todo o arcabouço doutrinário contido no Corão de Maomé.

Fonte de Consulta

AZEVEDO, Mateus Soares de. Homens de um Livro Só: O Fundamentalismo no Islã, no Cristianismo e no Pensamento Moderno. Rio de Janeiro: Nova Era, 2008.

Frases extraídas deste livro

"Cuidado com o homem de um livro só." [Santo Tomás de Aquino (1224-1274)]

Diz o famoso versículo 256 da sura 2 do Corão: "Não há imposição em matéria de religião.

O profeta Maomé ensina que "A jihad mais excelente é a conquista do ego."

A Charia é a lei da ação; o sufismo, a lei da contemplação.

O ponto de partida do islã não é o amor a Deus, como é no cristianismo, mas sim a obediência à Lei revelada (Charia).

O islã sustenta ser a última grande religião a surgir no palco da história — reivindicação que não foi desmentida nos últimos 14 séculos.

Marcam o islã as seguintes características essenciais: a simplicidade de sua doutrina básica, acessível à média dos homens; a sobriedade e mesmo austeridade de seus costumes e de sua arte; o vigor de sua fé.

A religião, de fato, tem como principal pilar o conceito da unidade e unicidade de Deus.

O geólogo, médico e teólogo norte-americano Rama Coomaraswamy (1929-2006) comentou: "Vocês conhecem a fábula da princesa que beijou um sapo e o transformou em um lindo príncipe. Pois a teoria da evolução sustenta que foi isso mesmo que aconteceu." 

Yves Delange, professor de zoologia da Sorbonne, admite que "não há provas definitivas de que a evolução transformista postulada por Darwin tenha jamais ocorrido".

"Quando o dedo aponta para a lua, os tolos olham para o dedo", diz um provérbio zen. 

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