10 setembro 2016

Filosofia: As Chaves do Pensar CD

NOTAS EXTRAÍDAS DO CD "Filosofia: As Chaves do Pensar — Questões Filosóficas Essenciais que Estimulam a Mente e Enriquecem o Espírito", em que Sílvia Sibalde entrevista o filósofo Carlos Matheus, professor e doutor em filosofia.

A filosofia nasceu aproximadamente em 600 a.C., na área oriental da Grécia, que antigamente era chamada de Ásia Menor (hoje Turquia), na região de Mileto. Os primeiros filósofos foram Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes. 

A filosofia nasce de um saber sobre o mundo, não necessariamente de uma insatisfação. Já havia muitas explicações sobre o mundo: cosmogonias, religiões, fábulas, mitos etc. Esses primeiros filósofos foram também cientistas pois procuravam refletir sobre a origem das coisas e do mundo. Tales, por exemplo, procurava o elemento primordial, aquilo que originava tudo o mais. Para ele, esse elemento seria a água. 

Tales, Anaximandro e Anaxímenes são os iniciadores do processo de reflexão racional sobre a origem das coisas. Além desses, destacam-se Heráclito (ênfase no movimento), Parmênides (ênfase no fixo, representando um contraponto a Heráclito), Empédocles (atração e repulsa, ou seja, as forças se atraem ou se repelem) e Anáxagoras (razão universal — noumeno). 

A Grécia dedicou-se à pedagogia, ou seja, produzir e transmitir conhecimentos. Esta era a função dos sábios, chamados de sofistas, cujo ofício era uma profissão, pois cobravam pelas suas aulas. Sócrates se contrapõe à profissão dos sofistas, pois tinha esse ofício como missão. Os sofistas que se destacaram foram Górgias e Protágoras.

Sócrates, Platão e Aristóteles sobreviveram. Os trabalhos dos filósofos anteriores se perderam (inundação, incêndio...). Embora Sócrates não escrevera nada, o seu pensamento foi levado adiante por seu discípulo Platão. Saliente-se, também, o fato de Platão ter um lugar fixo para os seus estudos: a Academia (Jardim de Academus). Aristóteles, embora discípulo de Platão, representa um contraponto ao seu mestre. Por divergências com a Academia, funda a sua própria escola, chamada de Liceu.  

Idade Média começa em 453, com a última invasão romana, e termina em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos. É um período sombrio, intermediário entre o mundo greco-romano e o mundo moderno. Pode-se dizer que os medievais não sabiam que eram medievais. O começo da Idade Média deu-se sob a influência de Santo Agostinho (354-430), que captou o cristianismo e a filosofia platônica. Na Alta Idade Média, o pensamento de Aristóteles passou a ser conhecido. Santo Tomás de Aquino (1225-1274) faz uma síntese perfeita entre Agostinho e Aristóteles. Para Tomás de Aquino, Aristóteles era "o filósofo". 

Com o surgimento de Nicolau Copérnico e Galileu, a filosofia toma outro rumo. Até então o mundo era finito. A partir daí, concebe-se um universo infinito, que se move por si mesmo, ocasionando um choque com a tese cristã. A ciência busca uma autonomia, rompendo com a Igreja. 

Os filósofos pré-socráticos eram sábios, ou seja, cientistas. Sócrates rompe essa postura dizendo-se filósofo, isto é, não o que sabe, mas o amante do saber. A partir daí, ciência e filosofia acabam indo para caminhos opostos. 

A filosofia parece hermética. É que na filosofia há palavras técnicas para descrever o pensamento. Hegel lembra-nos: quem tiver dificuldade de entender os textos filosóficos, leia-os duas ou três vezes. 

A filosofia deve sempre situar-se entre o ceticismo e o dogmatismo.

Todo o ser humano é potencialmente filósofo. A dúvida sobre a morte, sobre a vida, sobre o relacionamento é uma forma de filosofar.

De onde viemos e para onde vamos é a questão angustiante da filosofia de hoje e de sempre.

Vivemos entre a busca da verdade e a impossibilidade de alcançá-la na sua totalidade.

A filosofia assemelha-se a um edifício, que deve ser construído e reconstruído. Os problemas são permanentes, mas podemos vê-los sob uma nova ótica.

A filosofia caminha em direção ao ser humano, na reflexão entre o que somos e o que queremos ser. 

 



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