10 agosto 2016

Antroposofia

Antroposofia. Corpo da doutrina espiritualista estabelecido pelo austríaco Rudolfo Steiner (1861-1925). Steiner foi filósofo, educador, artista e esoterista. Ex-secretário da seção teosófica alemã, repensou, a partir de 1913, o sistema esotérico de Miss Blavatsky e Annie Besant.

Rudolf Lanz, em Noções Básicas de Antroposofia, diz que a antroposofia é ciência, mas uma ciência que ultrapassa os limites com os quais até agora esbarrou a ciência “comum”. Usa o método científico, ou seja, observa, descreve e interpreta os fatos, mas acrescenta o supra-sensível.

Algumas observações a respeito de sua doutrina.

Finalidade. Tinha em mente libertar gradativamente o ser humano da “personalidade contingente” e torná-lo capaz de fruir da clarividência e de outras experiências interiores.

Ponto de partida. Segundo Steiner, a humanidade primitiva estabelecia contato direto com mundos espirituais por visão imediata supra-sensível. Ao longo do tempo, porém, deixou atrofiar esse dom, adquirindo a capacidade lógica.

Problema prático. Recuperar esses valores espirituais perdidos, indicando os caminhos a seguir, os exercícios a realizar e a técnica necessária para atingir o objetivo.

Ascética católica. Simultaneamente à ascética católica, recorre a práticas de inspiração oriental e budista, como a de concentrar o pensamento num determinado ponto, o qual desperta insuspeitas energias.

Funcionamento do sistema. Para Steiner, o Cosmos, cujo “espírito central é Cristo, é regido por leis "divinas", por "necessidades eternas" e pelo jugo do Karma. A evolução do espírito se dá através de várias existências.

O ser humano. No homem, distingue o corpo físico, o etéreo ou vital, o astral, o "eu espiritual", o "eu vital" e o homem-espírito. O "eu inferior", fundamento da sua existência atual, não é mais do que uma forma do "eu superior", não passando o "eu pessoal" de mera ilusão.

Momento da morte. Durante o sono, o eu e o corpo astral abandonam o corpo físico, deixando dentro deste apenas o corpo etérico; em consequência disso, o corpo físico permanece vivo. No momento da morte, o eu, o corpo astral e o corpo etérico separam-se do envoltório físico. O corpo torna-se cadáver.

Crítica à antroposofia. Diz-se que, apesar de se professar espiritualista, os fenômenos não vão além de experiências sensíveis. Na sua teodiceia, por exemplo, a natureza da divindade não transcende a das realidades contingentes, que dela emanam e a ela tornam. 

Fonte de Consulta

ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.] 

GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]. 

LANZ, Rudolf. Noções Básicas de Antroposofia. 4. ed., São Paulo: Antroposófica, 1997.