O Renascimento é o período da história que vem
depois da Idade Média. É uma tentativa de voltar aos clássicos
da Antiguidade, ou seja, a Sócrates, Platão, Aristóteles e outros. O humanismo,
um dos fenômenos mais importantes desse novo pensamento, significa uma rebelião
contra a escolástica e a tudo o que era ensinado nas universidades da época.
Esse movimento intelectual visou essencialmente à reforma da teologia e da
religião cristã. Quanto ao ser humano, desprezaram o sobrenatural e deram
ênfase ao natural.
A vinda do
Renascimento recobrou a filosofia platônica, mas de um Platão reinterpretado de
modo diferente daquele que era feito pela tradição agostiniana e neoplatônica
da Idade Média. Os pensadores dessa época querem conciliar a filosofia
platônica e o cristianismo, mas essa conciliação se torna ambígua, pois o
cristianismo depende de uma revelação, em que o homem é um ser corrompido que
necessita de redenção da graça para se libertar de sua natureza abjeta. Como
fazê-lo somente pela razão? Além disso, "os platônicos do
Renascimento exaltam também a natureza como uma fonte de conhecimento
autêntico de Deus. Esse anseio contemplativo, no entanto, está mais próximo do
misticismo teosófico do que da filosofia natural ou da ciência da natureza que
se desenvolverá posteriormente".
Erasmo de Rotterdam
(1460-1536), o humanista de maior prestígio em toda a Europa, diante dos
grandes descobrimento geográficos e os notáveis avanços técnico-científicos,
exprime, em 1517, o seguinte pensamento: "vejo uma idade de ouro no futuro
próximo". Quer dizer, os referidos avanços promoveriam os ideais de
tolerância e concórdia entre todos os seres humanos autônomos. Este sonho não
se torna real, pois o que se vê são as frequentes guerras entre os adeptos da
várias religiões.
Franscesco Petrarca
(1304-1374), considerado o pai do "iluminismo", que proclama o
conhecimento rigoroso como um ideal, Thomas More (1478-1535), que pede uma
volta à cristandade, Erasmo de Rotterdam
(1469-1536), com o seu sonho da idade de ouro, Martinho Lutero (1483-1546), João Calvino (1509-1564) e Ulrich
Zwingli (1484-1531), que separam definitivamente os âmbitos da razão e da fé e Montaigne (1533-1592), com o seu "que sais-je?" ("o que é que eu
sei?") são alguns dos representantes do período renascentista.
O humanismo, que
considera o homem um ser autônomo, faz uma crítica ao duplo poder temporal e
espiritual do papado. Quem melhor compreende e teoriza esse estado de coisas é
Maquiavel que, no seu livro O
Príncipe, descreve as várias atuações dos governantes. Daí, o termo pejorativo
"maquiavélico", aquele que está sempre disposto a levar vantagem em
tudo o que faz, não importando por quais meios. Resumindo: O sucesso de um Estado ou de uma nação é o
fim supremo. ==> Quem
quer que governe o Estado ou nação deve lutar
para assegurar ==> sua própria glória ==> e o
sucesso do Estado. ==> A
fim de realizar isso, ele não pode ser limitado pela moralidade. ==> Os fins justificam os meios.
O Renascimento foi, nada mais nada menos, do que
o desabrochar de uma cultura que estava incubada, a cultura greco-romana.
Fonte de Consulta
Temática Barsa -
Filosofia. Rio de Janeiro: Barsa Planeta, 2005.
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