A origem dos números
encontra-se no termo latino “calculus”, visto que os antigos usavam pedrinhas
ou conchas para contar. Para manipular os números, havia a necessidade de
manter uma forma tangível, que consistia em pedrinhas, nós amarrados em varetas
ou talhos em bastões. O inconveniente, porém, era a necessidade de se ter
espaços enormes para estocar grandes números.
A escolha de símbolos
para representar os números dependeu das modalidades técnicas das escritas das
várias civilizações. Dentre esses povos, merece destaque o modo romano de
gravar inscrições lapidares: eles substituíram suas bases por letras, tais como
V (cinco) e X (dez), fáceis de marcar com um buril nas pedras mais duras. Além
disso, criaram arbitrariamente um modo de ler, pois o I antes de X, diminui e I
depois de X aumenta, tendo-se, respectivamente, 9 e 11.
Há inúmeras maneiras
de ler os números: direita para esquerda, esquerda para direita, de cima para
baixo, de baixo para cima. A ordenação lógica dos algarismos, contudo, conduziu
à invenção pelos babilônios da numeração de posição. Convencionou-se que o
mesmo sinal não teria o mesmo valor dependendo das diferentes posições que
ocupasse no algarismo completo. Um três poderia ser lido como três, trinta ou
trezentos, conforme estivesse situado na primeira, na segunda ou na terceira
fileira.
Essa descoberta
apresentava um inconveniente, ou seja, a de representar uma posição onde não
houvesse um número para representar: como distinguir um trinta e dois de um
trezentos e dois de um três mil e dois? A primeira ideia que os homens tiveram
para resolver esse problema foi colocar um simples ponto toda vez que não
houvesse um número a marcar. Mas os babilônios, inventores dessa prática, logo
perceberam que haviam criado, ao mesmo tempo, um conceito inteiramente novo:
haviam descoberto o zero.
Esse zero que
empregamos todos os dias não representa o número, mas a sua ausência.
Faltava apenas
encontrar uma forma gráfica para os dez algarismos de base. Os Romanos meteram
mãos à obra. Atribuíram à inicial de cada algarismo escrito em letras o valor
desse algarismo. L para cinquenta, C para cem, D
para quinhentos, M para mil. Acrescentando a eles o V
para cinco e X para dez, conseguiam inscrever os maiores números com um
repertório de apenas seis algarismos.
Os nove números e sua
ausência são de fato representados pelos dez algarismos pretensamente
“arábico”: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9. Pedrinhas e quadros com bolinhas
cederam lugar aos mais práticos ábacos e máquinas de calcular geométricas,
mecânicas e depois eletrônicas.
Fonte
de Consulta
FOSTER,
Michaël. Os Números.
Tradução de Marina Appenzeller. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
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