05 agosto 2014

Origem dos Números

A origem dos números encontra-se no termo latino “calculus”, visto que os antigos usavam pedrinhas ou conchas para contar. Para manipular os números, havia a necessidade de manter uma forma tangível, que consistia em pedrinhas, nós amarrados em varetas ou talhos em bastões. O inconveniente, porém, era a necessidade de se ter espaços enormes para estocar grandes números.

A escolha de símbolos para representar os números dependeu das modalidades técnicas das escritas das várias civilizações. Dentre esses povos, merece destaque o modo romano de gravar inscrições lapidares: eles substituíram suas bases por letras, tais como V (cinco) e X (dez), fáceis de marcar com um buril nas pedras mais duras. Além disso, criaram arbitrariamente um modo de ler, pois o I antes de X, diminui e I depois de X aumenta, tendo-se, respectivamente, 9 e 11. 

Há inúmeras maneiras de ler os números: direita para esquerda, esquerda para direita, de cima para baixo, de baixo para cima. A ordenação lógica dos algarismos, contudo, conduziu à invenção pelos babilônios da numeração de posição. Convencionou-se que o mesmo sinal não teria o mesmo valor dependendo das diferentes posições que ocupasse no algarismo completo. Um três poderia ser lido como três, trinta ou trezentos, conforme estivesse situado na primeira, na segunda ou na terceira fileira.

Essa descoberta apresentava um inconveniente, ou seja, a de representar uma posição onde não houvesse um número para representar: como distinguir um trinta e dois de um trezentos e dois de um três mil e dois? A primeira ideia que os homens tiveram para resolver esse problema foi colocar um simples ponto toda vez que não houvesse um número a marcar. Mas os babilônios, inventores dessa prática, logo perceberam que haviam criado, ao mesmo tempo, um conceito inteiramente novo: haviam descoberto o zero.

Esse zero que empregamos todos os dias não representa o número, mas a sua ausência. 

Faltava apenas encontrar uma forma gráfica para os dez algarismos de base. Os Romanos meteram mãos à obra. Atribuíram à inicial de cada algarismo escrito em letras o valor desse algarismo. L para cinquenta, C para cem, D para quinhentos, M para mil. Acrescentando a eles o V para cinco e X para dez, conseguiam inscrever os maiores números com um repertório de apenas seis algarismos. 

Os nove números e sua ausência são de fato representados pelos dez algarismos pretensamente “arábico”: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9. Pedrinhas e quadros com bolinhas cederam lugar aos mais práticos ábacos e máquinas de calcular geométricas, mecânicas e depois eletrônicas.

Fonte de Consulta

FOSTER, Michaël. Os Números. Tradução de Marina Appenzeller. São Paulo: Martins Fontes, 1986. 


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