28 julho 2014

Drogas

A palavra "droga" refere-se a uma substância química tomada de forma deliberada para obter efeitos desejados. Algumas drogas são usadas do ponto de vista médico para tratar doenças, enquanto outras são tomadas devido a seus efeitos prazerosos.

Drogas são substâncias químicas: uma série de átomos ligados para formar uma molécula. Qualquer que seja a via da administração usada, a molécula da droga deve acabar no corrente sanguínea.

As drogas como medicamento. Observe os diuréticos, que estimulam a produção de urina nos rins. Ao remover um pouco a água contida no sangue, a droga reduz o volume de sangue em circulação e consequentemente diminui a pressão sanguínea.

Menos da metade do colesterol presente no sangue se origina da dieta; o restante é sintetizado no organismo principalmente no fígado. As drogas redutoras do colesterol, chamadas estatinas, bloqueiam essa síntese agindo sobre uma enzima-chave - a HMG-CoA redutase. As estatinas surgiram como uma forma de prevenção da doença, em vez de tratar sintomas existentes. Elas não baixam a pressão sanguínea nem tratam a insuficiência cardíaca — mas impedem um maior acúmulo de depósitos de colesterol nas artérias e podem até levar a uma regressão dos depósitos já existentes.

O consumo total anual de drogas medicinais no mundo inteiro é de cerca de 250 bilhões de dólares, mas o consumo de drogas recreativas é pelo menos dez vezes maior. Pessoas tanto de países ricos quanto pobres parecem ter um desejo de alterar seu estado de consciência. O problema é que a droga recreativa pode levar ao abuso. Consequentemente, à dependência. Na convenção moderna, o termo "dependência" costuma ser usado em detrimento de "vício". Os sintomas da dependência podem incluir tolerância (a necessidade de usar doses cada vez maiores da substância para atingir o efeito desejado) e dependência física (um estado físico alterado induzido pela substância, que produz sintomas físicos de abstinência como náuseas, vômito, convulsões e dor de cabeça quando o uso da substância é interrompido); mas nenhum deles é essencial ou suficiente para o diagnóstico da dependência química. A dependência pode ser definida em alguns casos unicamente como psicológica. Isso diverge das primeiras reflexões sobre esses conceitos, que tendiam a igualar vício a dependência física. 

O usuário dependente de drogas pode continuar a usar quantidades excessivas delas, mesmo sendo claramente prejudicial a seu emprego, saúde e família. Felizmente, nem todos que usam uma droga recreativa tornam-se dependentes dela. É possível que haja pessoas com uma personalidade dependente, mas suscetíveis do que as demais. As drogas apresentam riscos diferentes de dependência - desde o alto risco, como é o caso da cocaína, da heroína e da nicotina, até um risco mais baixo, o caso do álcool, do cânhamo e da anfetaminas. As mudanças que ocorrem no cérebro durante o desenvolvimento da dependência de drogas ainda são um mistério. 

Trechos copiados do livro Drogas, de Leslie L. Iversen. Tradução de Flávia Souto Maior. Porto Alegre, RS: L&PM, 2012.




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