13 novembro 2013

Patrística

Patrística é o termo usado para expressar a junção do mundo antigo grego, elaborado pela razão, com o mundo cristão, concebido pela revelação. Na tradição judaica, a salvação é imediata; no cristianismo, não. Não se espera uma redenção imediata do sofrimento e da morte como acontecia no judaísmo. Para manter a esperança da salvação, há necessidade de aprofundar os conteúdos da verdade revelada. Por isso, a “patrística”.

Os antecedentes da patrística remetem-nos a Tertuliano (155) e Orígenes (185). Tertuliano, embora contrário à patrística, e posto à margem pela igreja, foi um dos precursores desse tipo de filosofia, pois criou um cristianismo místico e vivencial, que encontrará sua máxima expressão na síntese agostiniana de razão e fé. Orígenes, por seu turno, é o primeiro grande sistematizador da teologia cristã, ao qual incorpora elementos neoplatônicos e até gnósticos.

Justino, no século II, dá os primeiros passos para conciliar o pensamento platônico e neoplatônico às Sagradas Escrituras. Em seu desenvolvimento posterior, a patrística pode ser considerada, também, como uma doutrina que procura se diferenciar de heresias como o gnosticismo, o arianismo, o maniqueísmo e o monofisismo. 

A criação, a revelação de Deus com o mundo, o mal, a alma, o destino da existência e o sentido da redenção são problemas fundamentais da patrística. Há, também, os problemas teológicos: essência de Deus, trindade das pessoas divinas etc. Por último, os problemas morais: embora utilizando os conceitos helênicos, adota uma postura na graça e na relação do homem com seu Criador, e termina na concepção da salvação, estranha ao pensamento grego.  

A base da patrística está no platonismo. No platonismo, o Demiurgo é a Ideia, o mundo sensível é feito à imagem e semelhança das ideias e a ideia do Bem está topo da hierarquia. Para o cristianismo, a criação leva também a marca das ideias do Criador; o mundo sensível é baseado na contingencia, fator de dependência de seu ser em relação ao Criador; e o fato de o neoplatonismo situar a ideia do bem no topo da hierarquia, abriu espaço para o cristianismo expressar o monoteísmo.

Fonte de Consulta

Temática Barsa — Filosofia 

 

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