A antropologia,
como ciência, surgiu nos fins do século XIX. Foi uma das últimas a separar-se
do tronco comum do conhecimento (filosofia). Para que isso fosse possível, dois
fatos tiveram grande importância: 1) as descobertas arqueológicas e
paleontológicas, que permitiram ao ser humano um melhor conhecimento de si
mesmo; 2) o próprio método da ciência, que se tornou teórico-experimental: coleta
e interligação dos dados.
Inicialmente, a
antropologia era objeto de análise de gabinete; não havia estudos de campo,
como exige o método científico. Lewis Henry Morgan (1818-1881) é o primeiro a
estabelecer uma teoria da evolução cultural, caracterizando-a em três
estados: selvagem, bárbaro e civilizado. Neste último, inclui o uso do
alfabeto. Esse evolucionismo dá lugar ao difusionismo, em que a formação
das culturas está baseada na propagação das ideias, técnicas e formas
de vida.
Franz
Boas (1858-1942), Edward Sapir (1884-1939), Ruth Fulton Benedict (1887-1948),
Alfred Louis Kroeber (1876-1960) e Margaret Mead (1901-1978) são os
antropólogos americanos que enfatizam o uso da metodologia científica. Franz
Boas, por exemplo, desconfia das sistematizações e classificações arbitrárias,
preferindo a coleta de dados para fundamentar as suas investigações que,
depois, tornam-se empíricas e descritivas.
Bronislaw
Malinowski (1884-1942), antropólogo de origem polonesa fixado no Reino Unido,
influenciado pela sociologia de Durkheim, inaugura o funcionalismo antropológico.
Para ele, o estudo de uma cultura primitiva deve ser feito dentro de um
objetivo totalizador e sincrônico: não existem traços culturais que sobrevivam
do passado. O antropólogo deve saber extrair o significado de cada elemento
cultural, que tem a sua função específica.
Alfred
Reginald Radcliffe-Brown (1881-1955) é o fundador da escola britânica de antropologia social.
Segundo o seu ponto de vista, a antropologia social é "a investigação da
natureza da sociedade humana por meio da comparação sistemática de sociedades
de tipo diverso, prestando atenção particular às formas mais simples das
sociedades dos povos primitivos, selvagens ou sem alfabeto".
Claude
Lévi-Strauss (1908-2009) criou o termo “antropologia estrutural”: como os
indivíduos e os grupos estão ligados no interior do corpo social. Para
ele, essa estrutura não é "visível", já que se mantém além das
relações sociais suscetíveis de observação empírica e só pode chegar a ser
descoberta por meio de um trabalho teórico de formalização.
Fonte de Consulta
TEMÁTICA BARSA -
FILOSOFIA. Rio de Janeiro, Barsa Planeta, 2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário