16 outubro 2013

Pensamento Antropológico

antropologia, como ciência, surgiu nos fins do século XIX. Foi uma das últimas a separar-se do tronco comum do conhecimento (filosofia). Para que isso fosse possível, dois fatos tiveram grande importância: 1) as descobertas arqueológicas e paleontológicas, que permitiram ao ser humano um melhor conhecimento de si mesmo; 2) o próprio método da ciência, que se tornou teórico-experimental: coleta e interligação dos dados.

Inicialmente, a antropologia era objeto de análise de gabinete; não havia estudos de campo, como exige o método científico. Lewis Henry Morgan (1818-1881) é o primeiro a estabelecer uma teoria da evolução cultural, caracterizando-a em três estados: selvagembárbaro e civilizado. Neste último, inclui o uso do alfabeto. Esse evolucionismo dá lugar ao difusionismo, em que a formação das culturas está baseada na propagação das ideias, técnicas e formas de vida.

Franz Boas (1858-1942), Edward Sapir (1884-1939), Ruth Fulton Benedict (1887-1948), Alfred Louis Kroeber (1876-1960) e Margaret Mead (1901-1978) são os antropólogos americanos que enfatizam o uso da metodologia científica. Franz Boas, por exemplo, desconfia das sistematizações e classificações arbitrárias, preferindo a coleta de dados para fundamentar as suas investigações que, depois, tornam-se empíricas e descritivas.

Bronislaw Malinowski (1884-1942), antropólogo de origem polonesa fixado no Reino Unido, influenciado pela sociologia de Durkheim, inaugura o funcionalismo antropológico. Para ele, o estudo de uma cultura primitiva deve ser feito dentro de um objetivo totalizador e sincrônico: não existem traços culturais que sobrevivam do passado. O antropólogo deve saber extrair o significado de cada elemento cultural, que tem a sua função específica.

Alfred Reginald Radcliffe-Brown (1881-1955) é o fundador da escola britânica de antropologia social. Segundo o seu ponto de vista, a antropologia social é "a investigação da natureza da sociedade humana por meio da comparação sistemática de sociedades de tipo diverso, prestando atenção particular às formas mais simples das sociedades dos povos primitivos, selvagens ou sem alfabeto".

Claude Lévi-Strauss (1908-2009) criou o termo “antropologia estrutural”: como os indivíduos e os grupos estão ligados no interior do corpo social. Para ele, essa estrutura não é "visível", já que se mantém além das relações sociais suscetíveis de observação empírica e só pode chegar a ser descoberta por meio de um trabalho teórico de formalização. 

Fonte de Consulta 

TEMÁTICA BARSA - FILOSOFIA. Rio de Janeiro, Barsa Planeta, 2005. 

 

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