Bíblia vem do grego e significa “os livros”. Para os
cristãos, a Bíblia é um livro inspirado por Deus para a santificação dos
leitores. Seu objetivo é salvar o ser humano, não apenas um, mas toda a
humanidade. Filosofia vem do grego e significa "amor à sabedoria". Na
prática, é a busca do conhecimento por intermédio das luzes da razão. A
Bíblia não é filosofia, pois não cogita da racionalidade. Em seus relatos
literários, podemos encontrar argumentos que se ligam a algum tipo de filosofia.
Exemplo: o livro da sabedoria e as cartas paulinas.
Como dar status filosófico a algo que permanece no particular? A filosofia está orientada para o universal, o testemunho bíblico situa-se no terreno do particular. Em filosofia, o universal é um princípio teleológico, que se traduz pelo desejo de pensar e de se comunicar. O testemunho bíblico narra um acontecimento, uma experiência individual. Lembremo-nos de que a revelação não é algo ilógico ou irracional: situa-se em outro nível de conhecimento, aquele obtido pela inspiração.
A inspiração bíblica está centrada na singularidade de uma história, mas voltada para o universal. Nesse sentido, a Bíblia é um precioso testemunho, um presente dado ao pensamento. A filosofia reconheceu que o literário, o simbólico ou o místico não eram sinônimos de irracional, de falacioso ou de primitivo: a racionalidade aí se expressa de outro modo. Observe a pensamento de Averrois (1126-1198), filósofo árabe: aceitamos que o Alcorão é verdadeiro. Mas, algumas partes dele são demonstravelmente equívocas. Daí, o texto é uma verdade poética e deve ser interpretado pelo raciocínio filosófico. Conclusão: Filosofia e Religião não são incompatíveis.
Comparemos Sócrates (filósofo grego) e Jesus (Filho de Deus):
a) “consciência de si”. Sócrates, aquele que sabe que nada sabe, acha que a verdade do “conhece-te a ti mesmo” dever ser buscada no fundo de si. Jesus, consciente de ser o Filho do Pai, orienta o interlocutor para relação filial com o Pai.
b) virtude e felicidade. Os dois interrogam a ordem moral da sociedade. Sócrates situa a felicidade ao termo de um esforço de aperfeiçoamento moral e do domínio de si, que associam a realização da virtude ao conhecimento do bem. Jesus, ao anunciar as bem-aventuranças, dá a moral, que não é uma condição, mas consequência do estar com Jesus.
c) divino. O daimon socrático é um sinal divino submetido à interpretação de sua razão, exortando-o a seguir as suas injunções. O divino com o qual Jesus se revela em estreita relação é propriamente o Pai.
d) amizade. Para Sócrates, essa amizade é fruto do amor de si – philautia – e busca recíproca do bem segundo as regras da justiça. Jesus, ao assumir o “amarás o teu próximo com a ti mesmo” propõe um dom total de si.
Fonte de Consulta
Como dar status filosófico a algo que permanece no particular? A filosofia está orientada para o universal, o testemunho bíblico situa-se no terreno do particular. Em filosofia, o universal é um princípio teleológico, que se traduz pelo desejo de pensar e de se comunicar. O testemunho bíblico narra um acontecimento, uma experiência individual. Lembremo-nos de que a revelação não é algo ilógico ou irracional: situa-se em outro nível de conhecimento, aquele obtido pela inspiração.
A inspiração bíblica está centrada na singularidade de uma história, mas voltada para o universal. Nesse sentido, a Bíblia é um precioso testemunho, um presente dado ao pensamento. A filosofia reconheceu que o literário, o simbólico ou o místico não eram sinônimos de irracional, de falacioso ou de primitivo: a racionalidade aí se expressa de outro modo. Observe a pensamento de Averrois (1126-1198), filósofo árabe: aceitamos que o Alcorão é verdadeiro. Mas, algumas partes dele são demonstravelmente equívocas. Daí, o texto é uma verdade poética e deve ser interpretado pelo raciocínio filosófico. Conclusão: Filosofia e Religião não são incompatíveis.
Comparemos Sócrates (filósofo grego) e Jesus (Filho de Deus):
a) “consciência de si”. Sócrates, aquele que sabe que nada sabe, acha que a verdade do “conhece-te a ti mesmo” dever ser buscada no fundo de si. Jesus, consciente de ser o Filho do Pai, orienta o interlocutor para relação filial com o Pai.
b) virtude e felicidade. Os dois interrogam a ordem moral da sociedade. Sócrates situa a felicidade ao termo de um esforço de aperfeiçoamento moral e do domínio de si, que associam a realização da virtude ao conhecimento do bem. Jesus, ao anunciar as bem-aventuranças, dá a moral, que não é uma condição, mas consequência do estar com Jesus.
c) divino. O daimon socrático é um sinal divino submetido à interpretação de sua razão, exortando-o a seguir as suas injunções. O divino com o qual Jesus se revela em estreita relação é propriamente o Pai.
d) amizade. Para Sócrates, essa amizade é fruto do amor de si – philautia – e busca recíproca do bem segundo as regras da justiça. Jesus, ao assumir o “amarás o teu próximo com a ti mesmo” propõe um dom total de si.
Fonte de Consulta
MIES, Françoise (org.). Bíblia e Filosofia: As
Luzes da Razão. Tradução de Paula Sílvia Rodrigues Coelho da Silva. São Paulo:
Loyola, 2012.
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