Platão (427-347 a.C.) descreve, neste texto, um encontro
entre Sócrates e Alcibíades, jovem célebre por sua beleza e ambição.
Problemática: Alcibíades justifica seu desejo de poder, não por sua família e suas relações,
mas por suas competências. Como bom democrata, acha que o poder (ou a política)
resume-se na prática da justiça. Incapaz de definir a justiça, Sócrates vai ao
seu encontro e o auxilia, dizendo que a justiça fundamenta-se no conhecimento
de si mesmo.
As Teses
O saber necessário à política:
“conhece-te a ti mesmo”. O conhecimento de si mesmo é essencialmente a
tomada de consciência da própria ignorância. É, também, saber distinguir o que
nos pertence daquilo que nos é adventício. “Conhecer-se a si mesmo é
distinguir-se do que pertence a si mesmo, repor cada coisa em seu justo lugar”.
Para governar cidadãos,
é preciso governar a si mesmo. Aquele que governa a si mesmo adquire a virtude, porque aprendeu
a cuidar de si mesmo. Esta virtude lhe dá condições de governar os outros,
porque não o fará em beneficio próprio, mas por causa do bem comum.
Partilhar a virtude
com os cidadãos. A política é muito mais arte do que ciência. É a arte de
equilibrar os desejos e ambições dos cidadãos. Ele merece reinar porque cria
laços de amizade com os cidadãos. “Uma cidade governada por um homem virtuoso e
livre (nem escravo nem tirano) é bem mais sólida do que uma cidade defendida
por armas ou riquezas”.
Fonte de Consulta
CAMUS, Sébastien et al. 100
Obras-Chave de Filosofia. Tradução de Lúcia Mathilde Endlich Orth. 2. ed., Petrópolis,
RJ: Vozes, 2011.
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