13 janeiro 2012

A Salvação Segundo Alguns Filósofos

Para Santo Agostinho, a lembrança de um pequeno furto cometido na adolescência foi motivo para sua investigação psicológica sobre a maldade do homem. Diz que a tendência a pecar, no ser humano, é inata e motivada. Assim, as ações do homem tendem naturalmente para a maldade; somente a ajuda Deus pode salvar a sua alma.

Para Erasmo, a responsabilidade ética pressupõe o livre-arbítrio. Acha que o homem pode pecar, porque age com liberdade. Acrescenta, porém, que sem a ajuda divina o homem não pode salvar-se, pois negaria a existência de Deus. Em síntese: a graça divina é a primeira condição para a salvação, seguida pela liberdade do homem e pelas suas obras meritórias.

Para Lutero, o ser humano tem uma congênita predisposição ao pecado. Acha que somente uma visão pessimista do ser humano torna a ajuda de Deus indispensável ao homem. Considerar o homem capaz de escolher livremente entre o bem e mal significa afirmar que ele poderia salvar-se somente com as suas forças, sem a determinante ajuda da graça divina.

Para Kierkegaard, reportando-se ao exemplo bíblico do sacrifício de Isaac por parte de seu pai, Abraão, a fé que coloca a salvação da própria alma acima de qualquer outra coisa, tem em seu bojo um componente psicológico egoístico. Para ele, na fé o máximo amor de si mesmo convive com o máximo temor de Deus. É um paradoxo, mas a fé e isso mesmo, um paradoxo.

Fonte de Consulta: NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo, 2005.

 

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