Para Santo
Agostinho, a lembrança de um pequeno furto cometido na adolescência foi
motivo para sua investigação psicológica sobre a maldade do homem. Diz que a
tendência a pecar, no ser humano, é inata e motivada. Assim, as ações do homem
tendem naturalmente para a maldade; somente a ajuda Deus pode salvar a sua
alma.
Para Erasmo,
a responsabilidade ética pressupõe o livre-arbítrio. Acha que o homem pode
pecar, porque age com liberdade. Acrescenta, porém, que sem a ajuda divina o
homem não pode salvar-se, pois negaria a existência de Deus. Em síntese: a
graça divina é a primeira condição para a salvação, seguida pela liberdade do homem
e pelas suas obras meritórias.
Para Lutero,
o ser humano tem uma congênita predisposição ao pecado. Acha que somente uma
visão pessimista do ser humano torna a ajuda de Deus indispensável ao homem.
Considerar o homem capaz de escolher livremente entre o bem e mal significa
afirmar que ele poderia salvar-se somente com as suas forças, sem a
determinante ajuda da graça divina.
Para Kierkegaard,
reportando-se ao exemplo bíblico do sacrifício de Isaac por parte de seu pai,
Abraão, a fé que coloca a salvação da própria alma acima de qualquer outra
coisa, tem em seu bojo um componente psicológico egoístico. Para ele, na fé o
máximo amor de si mesmo convive com o máximo temor de Deus. É um paradoxo, mas
a fé e isso mesmo, um paradoxo.
Fonte de Consulta: NICOLA,
Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade
Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo, 2005.
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