04 janeiro 2012

O Tempo Segundo Alguns Filósofos

Para Santo Agostinho, usamos a noção de tempo sem saber defini-la. Daí, a sua célebre frase: “O que é, portanto, o tempo? Se ninguém me pergunta, seu sei; se quero explicá-lo a quem me pergunta, não sei”.

Passado e futuro não existem; somente o presente. Acha impróprio falarmos de três tipos de tempos: passado, presente e futuro. O correto seria dizer: presente do passado, presente do presente e presente o futuro. Explica que esses tempos estão na alma. Assim, o presente do passado é a memória, o presente do presente é a percepção, o presente do futuro é a expectativa.

Kant trata espaço e tempo como esquemas mentais. O espaço é a forma de todos os fenômenos externos, a condição subjetiva das nossas intuições externas. O tempo é a forma do sentido interno, a intuição de nós mesmos e do nosso estado interior.

Como entender? O espaço limita-se aos fenômenos externos. O fenômeno externo, porém, obedece à condição formal da intuição interior, ou seja, do tempo. Consequentemente, o tempo é condição a priori de todo fenômeno.

Nietzsche diz que viver é como se tudo tivesse que retornar. Se o homem contemporâneo fosse capaz de voltar à mentalidade arcaica pré-cristã e anular o sentido de linearidade do tempo, teria dado o maior passo em direção à grande via da mutação para o Super-Homem. Para ele, a perda do sentido linear e irreversível do tempo comportaria uma revolução na psicologia humana. Acrescenta que o homem ordinário foge assustado da ideia do eterno retorno. O Super-Homem aceita-a com alegria.

ETERNO RETORNO. Partindo da ideia de uma estrutura cíclica do tempo, com base na tese da total racionalidade do mundo, os Estoicos concluíram que cada ciclo temporal deveria nascer e se desenvolver de modo igual aos precedentes. Nietzsche retoma essa tese: se num processo que se faz recorrente nada acontece por acaso, tudo deve se repetir.

Para Bérgson, o tempo da vida é a duração do presente. O presente é o que nos impele à ação. Em se tratando da ação, o passado é essencialmente impotente. Seria vão caracterizar a lembrança de um estado passado sem começar a fazê-lo pela consciência da realidade presente. O passado, o presente e o futuro não são tempos estanques. O estado psicológico que denominamos “meu presente” deve ser contemporaneamente uma percepção do passado imediato e uma determinação do futuro imediato.

Fonte de Consulta

NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo, 2005.

 

Nenhum comentário: