Para Santo Agostinho, usamos a noção de tempo sem saber
defini-la. Daí, a sua célebre frase: “O que é, portanto, o tempo? Se ninguém me
pergunta, seu sei; se quero explicá-lo a quem me pergunta, não sei”.
Passado e futuro não
existem; somente o presente. Acha impróprio falarmos de três tipos de tempos:
passado, presente e futuro. O correto seria dizer: presente do passado,
presente do presente e presente o futuro. Explica que esses tempos estão na
alma. Assim, o presente do passado é a memória, o presente do presente é a percepção,
o presente do futuro é a expectativa.
Kant trata espaço e
tempo como esquemas mentais. O espaço é a forma de todos os fenômenos externos,
a condição subjetiva das nossas intuições externas. O tempo é a forma do
sentido interno, a intuição de nós mesmos e do nosso estado interior.
Como entender? O
espaço limita-se aos fenômenos externos. O fenômeno externo, porém, obedece à
condição formal da intuição interior, ou seja, do tempo. Consequentemente, o
tempo é condição a priori de todo fenômeno.
Nietzsche diz que viver é
como se tudo tivesse que retornar. Se o homem contemporâneo fosse capaz de
voltar à mentalidade arcaica pré-cristã e anular o sentido de linearidade do
tempo, teria dado o maior passo em direção à grande via da mutação para o
Super-Homem. Para ele, a perda do sentido linear e irreversível do tempo
comportaria uma revolução na psicologia humana. Acrescenta que o homem
ordinário foge assustado da ideia do eterno retorno. O Super-Homem aceita-a com
alegria.
ETERNO RETORNO. Partindo da ideia
de uma estrutura cíclica do tempo, com base na tese da total racionalidade do
mundo, os Estoicos concluíram que cada ciclo temporal deveria nascer e se
desenvolver de modo igual aos precedentes. Nietzsche retoma essa tese: se num
processo que se faz recorrente nada acontece por acaso, tudo deve se repetir.
Para Bérgson,
o tempo da vida é a duração do presente. O presente é o que nos
impele à ação. Em se tratando da ação, o passado é essencialmente impotente.
Seria vão caracterizar a lembrança de um estado passado sem começar a fazê-lo
pela consciência da realidade presente. O passado, o presente e o futuro não
são tempos estanques. O estado psicológico que denominamos “meu presente” deve
ser contemporaneamente uma percepção do passado imediato e uma determinação do
futuro imediato.
Fonte de Consulta
NICOLA, Ubaldo. Antologia
Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita
De Luca. São Paulo: Globo, 2005.
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