Para Aristóteles, ciência é conhecer as quatro causas:
1) causa material. É a substância concreta de que um objeto é
composto. Exemplo: o bronze de uma estátua; 2) causa eficiente. É o
processo que produziu o objeto. No exemplo acima, é o trabalho do artista ao
esculpir a estátua; 3) causa formal. É a estrutura interna que
determina a realidade de um objeto; 4) causa final. É a finalidade
para a qual uma coisa foi produzida.
Para Galileu, um fato demonstrado pela experiência seria
verdade, se Aristóteles não o negasse. Na sua lide da verificação experimental,
Galileu teve que combater os teólogos (porque acreditavam literalmente na Bíblia)
e os filósofos aristotélicos (porque negavam as verdades contrárias às
doutrinas científicas de Aristóteles). Quanto aos teólogos, não tinha muito o
que fazer. Quanto ao dogmatismo dos filósofos aristotélicos, aqueles que
negavam a evidência, porém, Galileu entendia que isso era devido à tendência da
psique humana de obedecer ao poder e à autoridade vigentes.
Para Bacon, o método científico baseia-se na indução, que é
um saber das obras, não das palavras. No passado, era
sábio quem conseguia, através da retórica, vencer dialeticamente um adversário;
no presente, o confronto deve ser posto em relação à natureza. Deve-se, assim,
recusar o método dedutivo, que considerava a verdade como uma consequência de
afirmações precedentes, e adotar o método indutivo, porque baseado em
estatísticas observáveis.
Para Descartes, o método científico deveria se basear nos
raciocínios concatenados. Volta à dedução, que supõe obter novas verdades a
partir de proposições absolutamente certas. Para isso, usa o modelo da
geometria de Euclides, capaz de deduzir centenas de teoremas de cinco
postulados iniciais.
Para Hume, o princípio fundamental de todo pensamento
científico é o de causa-efeito: a previsão de determinados eventos pode ser
deduzida em função das causas que os produziram. Não podemos, porém, levar essa
tese às suas últimas consequências. Dá-nos, como exemplo, o choque entre duas
bolas de bilhar: “certamente veremos uma continuidade espacial e temporal
porque a bola atingida se move logo depois da primeira e começa seu movimento
onde a outra se detém”... “Hume está pronto a admitir que é possível relevar
também uma constância dos fenômenos, porque encontramos regularidades típicas
no movimento dos corpos. Mas isso implica apenas hábito, não necessidade
lógica: se nunca tivéssemos visto um choque entre duas bolas de bilhar seriamos
incapazes de prever o seu movimento”.
Para Kant, há necessidade de diferenciarmos os juízos
analíticos dos juízos sintéticos. Os juízos analíticos dizem respeito à
explicação dedutiva; os juízos sintéticos, ao contrário, são típicos da
tradição empirista. Tanto os juízos analíticos quanto os juízos sintéticos têm
suas limitações. Kant propõe a junção dos dois juízos. “Faz-se necessária,
portanto, uma nova abordagem global de conhecimento, ultrapassando as tradições
do Racionalismo e do Empirismo”.
Fonte de Consulta
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das
Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo,
2005.
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