“A tinta mais pálida é melhor do que a memória mais fiel.” (Provérbio
chinês)
Conhecimento estimula lembrança. Há diversas pesquisas mostrando que o
conhecimento prévio sobre determinado assunto, principalmente de especialistas,
recupera com mais facilidade um dado passado. Os novatos têm mais dificuldade
de lembrar. Experiência com o esporte: os amantes do futebol evocaram com mais
facilidade uma nova informação do que os que estavam dando os primeiros passos
nesse ramo de conhecimento.
Conhecimento induz ao erro. O conhecimento prévio, embora aliado
da lembrança, pode induzir-nos a erros. Não são poucas as vezes que fazemos
abstrações e alusões sobre informações que não estavam no estoque de
conhecimentos adquiridos. Um exercício: relata-se todo o procedimento (entrada,
espera e saída do consultório) para que uma pessoa, com suspeita de gravidez,
seja atendida por um médico. Os participantes do teste, devendo retornar o que
ouviram, incluíram muitas coisas que não estavam nos dados apresentados.
Memória real versus memória imaginada. Compondo a lista dos possíveis erros,
podemos anotar as diferenças entre memória real e memória imaginada. De certa
forma, a memória nunca é o fato, mas a lembrança que dele temos. O problema
aqui está na confusão que o indivíduo faz entre o fato real e aquele que ele
está relatando.
Testemunha ocular. Usada na identificação de um crime, de um
assalto, de uma colisão de veículos etc. Quais são os tipos de erros? A pessoa
pode estar aflita pelo fato de não ter acontecido com ela; pode prestar mais
atenção à arma do que à face do criminoso; como as roupas têm poder de indução,
uma pessoa com os mesmos trajes pode ser apontada como autora daquele
delito.
Fonte de Consulta
FOSTER, Jonathan K. Memória. Tradução de Camila Werner.
Porto Alegre: L&PM, 2011 (Coleção L&PM POCKET; v. 977), capítulo
4.
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