26 agosto 2011

Os Sonhos e os "Demônios" de Sócrates

Para Sócrates, os sonhos podem ser advertências divinas. No Críton, foi advertido em sonho do dia em que sua execução ia ocorrer. Na Apologia, afirma-se investido de uma missão divina revelada em sonhos.

Diotima, no Banquete, define o daimon: intermediário entre os deuses e os homens, transmite aos homens mensagens divinas, quer de dia, quer de noite, através dos sonhos, ou por intermédio dos oráculos.

Na Antiguidade, um daimon é ao mesmo tempo um mediador e um mensageiro (anjo). Na realidade, o famoso “demônio”, de Sócrates não é um demônio. Não emprega o nome daimon, mas seu adjetivo, daimonios — demônico.

Sócrates relata que o demônico começou desde a sua infância. Dizia: “Uma voz que só se produz para me afastar do que vou fazer, mas não me impele nunca a agir”. Trata-se, pois, de uma voz que só transmite proibições divinas.

DUHOT, Jean-Joël. Sócrates ou o Despertar da Consciência. Tradução de Paulo Menezes. São Paulo: Loyola, 2004, p. 94 a 96.

 


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