“Quem olha a simbologia do passado somente através
do positivismo lógico-científico não está em condições de compreender a essência
do pensamento simbólico”.
A simbologia apresenta-se sob duas
faces: 1) fossilizada; 2) exaltada como a salvação da humanidade, em que se
chega ao pleno conhecimento do mundo espiritual.
Fossilizada.
É a visão dos positivistas da lógica científica. Eles acham que a simbologia da
antiguidade e da Idade Média é uma série de ideias singulares, para não dizer
estapafúrdias. Surpreendem-se com isso. Perguntam: como uma pessoa que pensa,
que usa a razão para raciocinar, pode crer em coisas tão bizarras? Onde está a
lógica deste raciocínio? Onde estão as provas das hipóteses levantadas?
Cada ser humano tem o seu símbolo particular; não
raro, confere um caráter simbólico a algumas pessoas, reais ou míticas. Observe
como as pessoas olham um presidente da república, o pastor de sua Igreja e o
ator de uma novela. Lembremo-nos de que muitas coisas que se dizem científicas
tiveram sua origem numa ideia mitológica ou simbólica. A imagem do mito, por
exemplo, é muito explorada na psicanálise freudiana.
Vejamos a palavra palpável. Na maioria
das vezes, implica um conceito simbólico, ou seja, as mãos que querem manusear
um conceito abstrato. Queremos tornar aquele pensamento mais palpável, mais
próximo de nós, mais sólido. Outro exemplo: diz-se que os Espíritos, quando
foram criados, saíram das mãos de Deus. Deus tem mãos? Falando de Deus, Hans
Biedermann diz: “O homem sempre interpreta egocêntrica e antropomorficamente,
melhor seria dizer “teomorficamente”, isto é, segundo a maneira pela qual ele
se reporta ao plano cósmico divino compreendido por ele”
Em vista do exposto, abramos a nossa mente para as
coisas que estão além do palpável, do visível. Somente assim poderemos
compreender a grandeza de Deus e do Universo.
Fonte de Consulta
BIERDERMANN, Hans. Dicionário Ilustrado de
Símbolos. Tradução de Glória Paschoal de Camargo. São Paulo: Melhoramentos,
1993.