10 novembro 2010

Questões Existenciais Segundo Alguns Filósofos

Para Sêneca (4 a.C.-65 d.C.), o sábio deve buscar a impassibilidade, em que o racional controla o emocional. Para ele, as emoções são doenças do espírito que perturbam o individuo, fazendo-o preferir a solidão. Acha que a qualidade do sábio é a indiferença e a finalidade da sua existência é a apatia, que nasce da supressão de qualquer desejo.

Para Leibniz (1646 -1716), aquilo que se nos configura como mal (dor, morte, pecado) não é absolutamente uma condição da imperfeição do universo. Segundo o seu ponto de vista, um mundo sem dor não seria melhor do que o atual: as piores coisas têm a sua significação na economia do todo, pois a economia nada mais é do que a realização de um fim pelos meios mais simples.

Para Voltaire (1694-1778), em seu livro Cândido ou o Otimismo, Cândido representa o otimista que, diante das piores desgraças, tais como, furtos, doenças e catástrofes naturais, acha que o mundo assim mesmo não poderia ser diferente porque vivemos no melhor dos mundos possíveis.

Para Rousseau (1712-1778), em seu livro Emilio ou da Educação, Emílio é educado segundo as leis da natureza. Nesse sentido, o mestre deve antes facilitar o seu aprendizado do que lhe passar uma tonelada de informações. É pela curiosidade do aluno que o mestre o introduzirá nos aspectos científicos da vida, sem lhe destruir a iniciativa e a pureza.

Para Pascal (1623-1662), por trás do frenesi da vida cotidiana, está sempre a fuga de nós mesmos, a tentativa de nos atordoarmos para não enfrentar a questões verdadeiras e importantes da existência: a inevitabilidade de morte. As pessoas desejam mais ser distraídas do que ensinadas a viver sozinhas consigo mesmas.

Para Kant (1724-1804), há duas coisas realmente capazes de comover o seu espírito: o céu estrelado e a constatação da lei moral interior. Entre as duas existe oposição e complementaridade: “Não somente porque uma é externa e a outra interna à pessoa, mas também porque o sentido de pequenez sugerido pelo confronto com o espetáculo do universo enfatiza, por contraste, a consciência da absoluta potência, da autossuficiência e da universalidade comumente denominada voz da consciência”.

Para Kierkegaard (1813-1855), o desespero é o sentimento que todo o ser humano padece por não ser capaz de realizar-se plenamente. Apenas a concepção religiosa pode responder ao problema do significado último da existência.

Fonte de Consulta

NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo, 2005.

 

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