A morte de Deus, apregoada
por Nietzsche, não foi devidamente entendida, porque ela se confunde com
a mentalidade científico-tecnológica, baseada no empirismo, no
positivismo, na ideologia da secularização e no cientificismo. Na concepção de
Nietzsche, a morte de Deus está atrelada à noção de valores.
Por quê, para Nietzsche, Deus está
morto? Observando a cultura ocidental, percebeu que Deus simbolizava uma série
de valores que mais representavam as relações vividas entre o homem e o seu
mundo. Deus, na realidade, era uma maneira simples de se referir à negação da
história, da liberdade, do futuro e da própria vida. A sua proclamação da morte
de Deus tinha por objetivo chamar a atenção dos indivíduos quanto à distância
(destes) para com os valores mais nobres da dignidade humana.
A chamada teologia da morte de
Deus, em vigor na década de 1950-1960, reflete muito mais as influências da
mentalidade científico-tecnológica do que as ideias de Nietzsche. A tradição
científico-tecnológica, baseada na ponderabilidade, elimina os imponderáveis
(Deus). O real conhecimento explicativo e contemplativo é deslocado para o
palpável, o mensurável, o numérico. Deus é assim alijado do pensamento dos
cientistas modernos. Conhecer não é ver essências, mas manipular a matéria.
A tradição científico-tecnológica toma
corpo e, de uma forma mais ou menos generalizada, monopoliza as atividades do
ser humano, pois Deus já não pode ser usado como hipótese explicativa, dentro
da lógica física, astronômica, tecnológica ou mesmo biológica. Tudo o que não
está sujeito ao sensível é considerado ilusão. A própria mente fora proibida de
se aventurar além dos limites da experiência.
O ser humano tem que abrir a sua mente
para as realidades superiores da existência. Para isso, deve tomar consciência
de sua tarefa, ou da sua missão, no sentido de procurar a sua evolução moral e
espiritual. O Espiritismo, não resta dúvida, será de grande valia para esse
passo que a humanidade deverá dar, mais cedo ou mais tarde, pois, como sabemos,
a lei do progresso é compulsória.
Estejamos sempre libertos dos
preconceitos e das ideias preconcebidas. Saibamos ouvir atentamente as
mensagens de luz, veiculadas pelos Espíritos Superiores.
Fonte de Consulta
ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL. São Paulo: Encyclopaedia Britannica,
1987.
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