08 julho 2010

Fé e Razão Segundo Alguns Filósofos

Para São Tomás de Aquino, Deus não reconhece divergências entre fé e razão. Teologia e filosofia são disciplinas distintas, porém colocadas em escala hierárquica. A filosofia pode perfeitamente ser considerada como uma teologia natural, submetida à teologia da revelação. Dar mais importância à razão é inverter a ordem natural. Nesse caso, o ser humano pode ser vítima da ilusão.

Para Lutero, é a fé (e não as obras) que conduz o ser humano à salvação. Para isto, tem que se entregar à vontade de Deus. Não é simplesmente colecionando o maior número de ações boas, o que torna Deus um contabilista, mas entregando-se de corpo e alma à vontade do Criador.

Para Galileu, a Bíblia deve ser interpreta. Acha ele que, em princípio, não deveria haver oposição entre os dizeres dos profetas e as descobertas científicas, pois tanto a natureza religiosa quanto a natureza material provêm do mesmo Criador. A oposição existe no sentido de que as palavras da Bíblia devem ser interpretadas, distinguindo-se o sentido real do literal. Como a ciência está no livro de Deus, não é a ciência que deve se adaptar à Bíblia, mas a interpretação da Bíblia é que deve adaptar-se às teorias científicas.

Para Hegel, há continuidade e superação nas relações entre religião e filosofia. Para ele, a filosofia exprime de forma racional o que a religião prega de forma mítica. Nas duas formas de saber, o conteúdo doutrinal é o mesmo, mas não devidamente explicitado na narrativa religiosa. Assim, o mito da vinda do Cristo pode intuir a autoconsciência humana, principalmente pelos exemplos contados a seu respeito.

Para Feuerbach, a religião é uma forma de alienação, pois todo o progresso religioso traz como consequência um abaixamento da humanidade. Ao glorificar Deus o homem se diminui. Nesse caso, o ateísmo torna-se um dever ético para que o homem possa reencontrar a si mesmo. Temos que transformar os homens amigos de Deus em amigos dos próprios homens.

Para Soren Kierkegaard, a fé induz ao pavor, porque além de não contar com o apoio da razão, exige que o ser humano vá além dela e caia no absurdo.

Fonte de Consulta

NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo, 2005.

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