Até a Idade Média, a ciência era
descritiva e se baseava no Universo finito de Aristóteles. Prevalecia também a
teoria geocêntrica de Ptolomeu. O marco inicial da teoria científica está na
teoria de Nicolau Copérnico (1473-1543), astrônomo de origem polonesa, que
negou ser a Terra o centro do Universo. Em seu lugar coloca o Sol, daí a teoria
heliocêntrica. Está dada a partida para o Universo infinito e a Nova Ciência.
A Nova Ciência começa com Francis Bacon
que, em seu Novum Organon, descortina-nos os fundamentos
do método indutivo e experimental. Na lógica aristotélica, o caminho do
conhecimento é dedutivo, ou seja, do geral ao particular. Francis Bacon propõe
o método indutivo, do particular ao geral, capaz de estabelecer as leis
rigorosas da observação empírica. Em linhas gerais, este método se baseia nas
tentativas e erros e no aperfeiçoamento sucessivo das hipóteses. Conforme vão
se sucedendo os experimentos, descartam-se os erros e mantêm-se os acertos.
Galileu dá prosseguimento ao método
indutivo de Bacon. Para ele, o Universo está escrito em linguagem matemática. É
preciso, assim, unir observação dos dados e cálculos matemáticos. Desta forma,
o fator mais importante na experimentação científica é tornar mensuráveis os
fenômenos da natureza. Galileu não está interessado na metafísica, nos porquês
disso e daquilo. Ele procura os detalhes numéricos e não a especulação
filosófica. Ao referir-se ao Planeta Júpiter, por exemplo, não está interessado
em discutir quem o criou, mas saber a sua distância em relação aos outros
planetas, a sua composição física e se há possibilidade de vida humana.
A teoria da gravitação universal de
Newton leva a Nova Ciência ao apogeu. Para que isso ocorra, convém nos
lembrarmos de todos os elos anteriores: heliocentrismo de Copérnico, as teorias
de Kepler, as experiências de Galileu, a anatomia de Vesalius etc. Contudo, o
que conta mesmo é o mecanicismo, ou seja, a explicação dos
fenômenos da natureza segundo as leis mecânicas do movimento. A unificação do
mundo se dá pelas leis mecânicas e não mais pela metafísica e a teologia.
Giordano Bruno, baseando-se na teoria
heliocêntrica de Copérnico, elabora uma nova visão de mundo. O Universo é
infinito e Deus está a ele incorporado (panteísmo). Esta concepção vai de
encontro ao Deus transcendente da Idade Média. Com Copérnico, a Terra deixa de
ser o centro do Universo, dando o seu lugar ao Sol. Com Giordano Bruno, o Sol
deixa de ser o centro do Universo e o seu centro, como já dizia Nicolau de
Cusa, está em todas as partes e em nenhuma.
A Nova Ciência, pela tônica do
experimento, livrou-nos de muitos erros. É preciso, porém, colocar cada coisa
no seu devido lugar, para que não sejamos tragados pelo endeusamento numérico.
Fonte de Consulta
Temática Barsa (Filosofia)
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