Os temas para debate, como o próprio nome diz, são
frases ou questões que devem servir de estímulo para o exercício do
pensamento. Não há necessidade de uma resposta exata, o que importa é pensar
sobre o assunto. Façamos esse exercício.
1) A lógica é boa para o raciocínio, mas mal para a
prática.
Pode-se começar o debate, indagando sobre a lógica.
Será que todos os participantes sabem exatamente o que significa esta
palavra? Suponha que, depois de algumas colocações, todos cheguem à
conclusão de que a lógica é a “ciência da demonstração”. Mas, o que essa
“ciência da demonstração” auxilia a vida prática? Vestir-se, fazer comida e
consertar aparelhos são feitos com mais facilidade pelo conhecimento da lógica?
Geralmente acontece o contrário, ou seja, as pessoas versadas nos raciocínios
têm dificuldade de fazer essas coisas
Lembremo-nos da seguinte passagem: “Tales observava
os astros, e, olhos presos no céu, caiu um dia no poço. Uma serva da Trácia vem
em seu socorro e, com zombaria, pergunta-lhe como cuida de saber o que se passa
no céu, se não sabe ver o que tem diante de si, a seus pés”.
2. O todo é sempre a soma das partes?
O todo é quantitativamente a soma de suas partes,
mas é, de qualquer forma, qualitativamente diferente, e, quase sempre,
especificamente diferente. No todo, há algo mais que as
partes, quer tomadas separadamente, quer como partes-de-um-todo, partes
integrais, que o constituem quantitativamente ou partes essenciais quando
componentes da essência ou natureza essencial de alguma coisa. (Santos, 1965)
Esta questão também é um exercício para o
pensamento. Suponha o seguinte: há 12 laranjas espalhadas e uma cesta. Se
colocarmos todas as laranjas na cesta, veremos que a soma das partes
(quantidade) é igual ao todo (cesta de laranjas).
Suponha agora uma sala e 10 pessoas. Se colocarmos
essas 10 pessoas na sala, a soma das partes (quantidade) será igual ao todo (sala
com as pessoas). Acrescentemos, a este raciocínio, a sinergia,
do grego “cooperação”. Quando as pessoas se comunicam entre si, diz-se que
o resultado (qualidade) é maior que a soma das partes, pois houve ganho de
conhecimento, criatividade.
Na mesma linha de pensamento, imagine uma
orquestra, com 12 músicos. A soma de cada um dos músicos é igual ao todo, a
orquestra de 12 músicos. Mas, todos tocando juntos produzem sinergia,
ou seja, a música orquestrada, o que não se consegue individualmente.
Vejamos um outro exemplo: quando duas pessoas se
encontram e trocam pães, elas não ficam nem mais rica nem mais pobre. Porém,
quando duas pessoas se encontram e trocam ideias, as duas ficam mais ricas.
3. Relacione Essência e Acidente.
Tomemos o conceito de essência. No
pensamento antigo, a essência define o fundo de uma coisa, ou
seja, a sua substância, conforme declarou Aristóteles e opunha-se a acidente,
já que a essência era imutável na identificação de um ser. Já o acidente
poderia variar, conservando-se a essência.
Tomemos o conceito de acidente. Tradução
de um termo aristotélico, muito utilizado pela escolástica, que
designa o que pode, indiferentemente, estar presente ou desaparecer sem
modificar o sujeito ao qual pertence. Por exemplo, é por acidente que um homem
dorme ou um tecido é verde (o primeiro permanece homem quando não está
dormindo, o segundo, tingido de vermelho, continua sendo tecido).
Exemplifiquemos: a essência é o
nosso Espírito imortal; o acidente é o nosso corpo físico,
mortal. O Espírito (essência) usa o corpo físico (acidente). No desencarne
(morte), o corpo físico deixa de existir, mas o Espírito contínua vivo, mas em
outra dimensão, ou seja, no mundo espiritual.
Fonte de Consulta
SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia
e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.
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