21 janeiro 2009

Exemplo dos Clássicos

"A essência do que é clássico é nunca se tornar obsoleto, mas ser um estímulo para a renovação, em todos os tempos".

Platão e Aristóteles são considerados os clássicos da Antiguidade. As teses que desenvolveram sobre o bem e o mal, a virtude e o vício, a justiça e a injustiça servem-nos de reflexão para os dias que correm. Há quem diga que a filosofia contemporânea nada mais é do que um apêndice da filosofia de Platão. Deveríamos consultá-los, não para fazer uma história da Filosofia, mas para tê-los como companheiros, como estimuladores de nossa renovação mental e espiritual.

Para Platão e Aristóteles, a felicidade é a vida bem-sucedida na comunidade. Não é o dinheiro, não é a riqueza, mas a realização plena do indivíduo junto com os outros seres humanos. Eles enquadram todas as ações dentro do princípio do bem. Somente aquele que sente o bem pode falar da bondade. As suas ideias servem para combater a progressiva individualização em que caminha a sociedade moderna, principalmente pelo uso dos celulares, da Internet e das modernas inovações do mundo da informática.

O bem está relacionado com a filosofia prática e não a teórica. A filosofia prática pressupõe ação, movimento, afazeres. Nesse sentido, a discussão do conceito do bem não nos leva muito longe, porque o bem não pode ser explicado por um conceito. Ele se revela no âmago de cada um de nós. Sócrates, por exemplo, dizia: "Para uma boa pessoa não há mal, nem na vida nem na morte". Platão, por sua vez, afirmava que "A direção errada do olhar da alma leva a um conceito errado do bem".

A busca da felicidade exige que saibamos viver em sociedade, que saibamos aceitar as contrariedades, que saibamos tratar os iguais como iguais e os desiguais como desiguais. A Psicologia Social ensina-nos que todas as pessoas gostam de ser tratadas como se fossem únicas. É preciso descobrir o que cada um é para poder ajudar com eficácia. Essa aprendizagem mostra o grande esforço que cada um de nós deve fazer para cumprir a sua missão nesta vida.

Quando nos propomos a fazer o bem, temos que olhar para o bem, refletir sobre ele e enfrentar os percalços que ele possa nos oferecer. Qualquer desvio tem consequências futuras, pois um pequeno desleixo hoje pode provocar séculos de sofrimento amanhã. Muitos são os que não atinam para este raciocínio. Por que temos que ser moralmente bons? Por que temos que ser justos? Estas questões, que são de todos os tempos, devem ser repetidas para que nos lembremos de nossos deveres de cada dia.

Libertemo-nos dos fogos-fátuos das coisas insignificantes. Fixemos o nosso olhar no bem, pois ele representa o modelo de nossas ações em sociedade.

 


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