01 julho 2008

Revolução Kantiana do Saber

Immanuel Kant (1724-1804) nasceu em Königsburg, antiga Prússia, que hoje se situa na Polônia. Filho de pais pobres, tem sua formação universitária financiada por um teólogo, amigo da família. Assim, em 1740, pode se matricular na universidade de Königsburg. Em 1755, torna-se livre docente nesta mesma universidade. A partir de 1770, ano em que se faz professor catedrático, ministra diversos cursos de interesse acadêmico. É nesse período que prepara uma de suas mais importantes obras, a Crítica da Razão Pura, que veio a lume em 1781.

Kant pública três tipos de crítica: a Crítica da razão pura, a Crítica da razão prática e a Crítica da faculdade do juízo. Na Crítica da razão pura, examina a teoria do conhecimento, estabelecendo os limites para a sua apreensão. Na Crítica da razão prática, examina o significado moral da liberdade, da imortalidade da alma e da existência de Deus. Na Crítica da faculdade do juízo, desenvolve a sua teoria acerca do belo, tendo por fundamento o mesmo das duas críticas anteriores, ou seja, o domínio da natureza e o domínio da liberdade/moralidade.

A revolução copernicana, que Kant proporciona na filosofia, baseia-se na hipótese de que o conhecimento não é extraído da coisa em si, mas do fenômeno. Para Kant, não temos condições de penetrar nas coisas em si, muito embora podemos discuti-las. O que sabemos é proveniente da observação, das sensações. Em outras palavras, o conhecimento é fruto de nossa sensibilidade. É a sensibilidade que nos dá o ensejo de conhecer. Um modelo teórico existe e podemos nele pensar, mas, daí inferir uma verdade categórica, vai grande distância. Pretende, com isso, combater o dogmatismo e o ceticismo.

Para Kant, a participação do sujeito na construção do objeto de conhecimento não é uma projeção de caprichos e de fantasias subjetivas. Existe algo que se encontra na base de todos os sujeitos particulares (tão distintos entre si), algo que os torna essencial. Acha que só conhecemos a priori das coisas aquilo que nós mesmos colocamos nelas. Esta é a mudança na maneira de pensar proposta por Kant, a sua revolução copernicana.

O sujeito absorve o conhecimento de acordo com a sua subjetividade. Mas não é qualquer subjetividade. De acordo com Kant, há no sujeito uma faculdade que consegue apreender a essência do saber.

Fonte de Consulta

REGO, Pedro Costa. Kant: A revolução copernicana na filosofia. In FIGUEIREDO, Vinicius de. Seis Filósofos em Sala de Aula. São Paulo: Berlendis e Vertecchia, 2006

 

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