01 julho 2008

Invenção da Imprensa e Conhecimento

Na Antiguidade, o acervo de conhecimentos adquiridos perdia-se com facilidade: pela morte dos mais velhos ou por uma epidemia. Os homens daquela época, preocupados em guardar as informações para a posteridade, inventaram tabuinhas de barro cozido, onde deixavam impressos os seus textos. Foram os primeiros "livros", depois progressivamente modificados até chegarem a ser feitos — em grandes tiragens — em papel impresso mecanicamente, proporcionando facilidade de leitura e transporte

A invenção da imprensa, por Gutenberg, em 1450, deu outro rumo à veiculação das ideias. Conta-se que 45 copistas, trabalhando durante dois anos, sob as ordens de Cosimo de Medici, produziram apenas 200 volumes. Em contraste com o método manuscrito, imperfeito e vagaroso, apareceram na Europa, entre 1450 e 1500, cerca de dez milhões de livros, compreendendo 40.000 títulos, com centenas de impressores laboriosamente produzindo novas obras. A multiplicação acelerada de livros possibilitou uma difusão igualmente rápida do saber.

Se quisermos pesquisar alguma coisa sobre os grandes homens que abalaram o mundo, devemos fazê-lo através da palavra impressa. De que outra maneira entraríamos em contato com os pensamentos de Sócrates, Platão e Aristóteles? Contudo, a divulgação maciça desses pensamentos só foi possível graças aos meios modernos de documentá-los veiculá-los. A editora Martin Claret, por exemplo, está publicando a coleção Obra-Prima de Cada Autor, um projeto com mais de 300 volumes de importantes autores brasileiros e de outras nacionalidades, no sentido de fazer com que o mundo leia mais, a um preço módico.

Robert B. Downs, em Obras Básicas: Fundamentos do Pensamento Moderno, faz uma análise crítica e concisa sobre o impacto causado no mundo atual por 111 obras diversas, principalmente aquelas que se referem às ciências da natureza e às ciências biológicas, economia, política, história, educação e sociologia. Esse trabalho só foi possível graças ao fabuloso estoque de livros existentes no mundo todo. Na sua introdução observa que todos os homens, quase sem exceção, expressaram e propagaram as suas ideias usando como veículo unicamente a palavra impressa.

Bastante elucidativa é a citação de Isaac Newton: "Se vi mais longe que outros homens foi por estar de pé sobre os ombros de gigantes". Referia-se à sua dívida para com Copérnico, Kepler, Galileu e outros predecessores. Na realidade, o nosso presente é consequência direta da influência que recebemos daqueles que já se foram. E de que maneira vamos receber essa influência? Através dos registros arquivados em livros. Poderíamos até ser influenciado mediunicamente. Mas depois teremos de passá-lo para o papel.

Tenhamos em conta o valor inestimável da palavra escrita. Que a publicação de nossas ideias esteja sempre alicerçada na intenção de elevar o sentimento e a razão daqueles que nos leem.

Fonte de Consulta

DOWNS, Robert B. Obras Básicas: Fundamentos do Pensamento Moderno. Tradução de Hilda Pareto Soares Maciel e Maria Celina Deiró Hahn. Rio de Janeiro, Biblioteca do Exército, Ed. Renes, 1969.

 

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