12 outubro 2005

Síntese das Idéias Filosóficas de Descartes

René Descartes (1596-1650), insatisfeito com as informações adquiridas dos mestres e dos livros, faz tábua rasa, e, constrói o seu próprio método de obtenção do conhecimento. O verdadeiro ponto de partida da Filosofia cartesiana é a matemática, visto oferecer evidência e certeza. Os princípios incondicionados desta ciência permitem a Descartes romper com o modelo de pensamento estabelecido pela Escolástica. O rigor matemático de suas análises o influenciam a conceber Deus, Espírito e Matéria, em termos mecanicistas, desprezando a forma, as ideias e os universais.

As suas suposições sobre o Universo, Deus, Espírito, Matéria etc. originavam-se na hipótese da existência de uma substância. A substância, por sua vez, é aquilo que existe por si e independente de qualquer outra coisa. Havia, assim, uma substância absoluta — Deus — e substâncias relativas, provenientes da primeira, que eram o espírito e o corpo. Ao afirmar que a substância espírito era distinta da substância corpo, acabou criando o dualismo, teoria esta contestada por outros pensadores, não só de sua época, como também de tempos posteriores.

A substância espírito — res cogitans — tinha como atributo o pensamento; a substância corpo — res extensa — tinha como atributo a extensão (comprimento, largura e espessura). Sendo um independente do outro, encontrou grande dificuldade para relacioná-los. Perguntava: como se explica, então, que, se uma pessoa desejar andar, anda? O espírito diz-nos ele, é perturbado pela matéria por meio dos processos que se verificam no corpo. O espírito e o corpo fazem contato com a glândula pineal. O corpo ou o espírito move-a. Qualquer que seja o caso, o movimento é transmitido ao outro que, então, também se move: eu quero andar; transmito o movimento à glândula pineal; esta o transmite ao corpo, e eu ando.

Em seu Discurso do Método, o indivíduo deve partir de premissas que não possam ser contestadas. Parece-lhe que a Matemática fornecia tais premissas. Via, nela, o modelo do raciocínio exato, o método de raciocinar com base em verdades evidentes – procurou as verdades evidentes por si mesmo – a única que descobriu foi: Penso, logo existo. Tomando-a, como base, formulou um corpo de ideias que acreditava não pudessem ser contestadas. Tais ideias, para ele, eram claras, distintas e, portanto, verdadeiras e fora de discussão.

Como Descartes chega à prova da existência de Deus? Dizia: "Cogito ergo sum", penso, logo existo. Mas o cogito, ao evidenciar a existência de quem pensa, permite estabelecer o seguinte raciocínio: se eu existo, sei que sou finito. Porém, a ideia do finito implica ao mesmo tempo a do infinito. Para Descartes, o infinito é Deus. Descobre Deus pela sua própria razão e não vindo de fora como o Deus de Platão e dos escolásticos.

Assim, o conhecimento vem ao homem não pela percepção dos sentidos, mas através de cuidadoso raciocínio. Partindo-se de premissas fundamentais, cada ideia só poderá ser aceita depois de ser deduzida logicamente e mostrar-se que é clara e distinta.

 

Um comentário:

Anônimo disse...

nada haver com o que procurei,esperava resultados melhores, mais me ajudou muito com o trabalho ok! tive noção sobre as concepções.